Quem foi o ancestral direto do homem?
A cada novo fóssil descoberto, a árvore da evolução humana ganha um galho a mais. Resta saber por que só nós sobrevivemos.
Por Rodrigo Cavalcante
Há algumas décadas, a evolução humana costumava ser ilustrada como uma escada – com o Homo sapiens figurando no topo, é claro. Após várias descobertas de fósseis desde década de 1960, a escadinha foi virando uma árvore. “Atualmente, a árvore está tão emaranhada que mais se parece com uma moita”, diz o professor Walter Neves, do Laboratório de Evolução Humana da USP. O problema é que, a cada nova descoberta de fósseis de milhões de anos, os pesquisadores da evolução humana têm que lidar com questões cada vez mais complexas. A primeira delas é tentar definir se o fóssil encontrado faz (ou não) parte da família que resultou no gênero humano.
Em 1974, por exemplo, a descoberta do fóssil de Lucy, que andava em pé há mais de 3 bilhões de anos, causou frisson por se tratar do mais antigo bípede encontrado na época. Mas, tirando esse detalhe, a estrutura do cérebro e a aparência do Australophitecus afarensis, nome científico de Lucy, faria com que ela passasse hoje provavelmente despercebida em um zoológico, em meio a gorilas e chimpanzés.
A questão é: até que ponto Lucy e outros fósseis de espécies que viveram há mais de 3 milhões de anos podem ser considerados nossos ancestrais – e não apenas mais um primata extinto, sem ligação com o ramo que desembocaria no Homo sapiens?
Há algumas décadas, a evolução humana costumava ser ilustrada como uma escada – com o Homo sapiens figurando no topo, é claro. Após várias descobertas de fósseis desde década de 1960, a escadinha foi virando uma árvore. “Atualmente, a árvore está tão emaranhada que mais se parece com uma moita”, diz o professor Walter Neves, do Laboratório de Evolução Humana da USP. O problema é que, a cada nova descoberta de fósseis de milhões de anos, os pesquisadores da evolução humana têm que lidar com questões cada vez mais complexas. A primeira delas é tentar definir se o fóssil encontrado faz (ou não) parte da família que resultou no gênero humano.
Em 1974, por exemplo, a descoberta do fóssil de Lucy, que andava em pé há mais de 3 bilhões de anos, causou frisson por se tratar do mais antigo bípede encontrado na época. Mas, tirando esse detalhe, a estrutura do cérebro e a aparência do Australophitecus afarensis, nome científico de Lucy, faria com que ela passasse hoje provavelmente despercebida em um zoológico, em meio a gorilas e chimpanzés.
A questão é: até que ponto Lucy e outros fósseis de espécies que viveram há mais de 3 milhões de anos podem ser considerados nossos ancestrais – e não apenas mais um primata extinto, sem ligação com o ramo que desembocaria no Homo sapiens?
A dificuldade em encontrar nossa linhagem aumentou ainda mais quando os pesquisadores concluíram que diversos hominídeos devem ter se esbarrado na África por volta de 2 milhões de anos atrás. A descoberta aposentou de vez a imagem da evolução como uma fila em que cada espécie substituía outra – da mesma forma que um novo automóvel é lançado para substituir o modelo anterior. Na verdade, vários hominídeos disputaram o mesmo lugar ao sol no planeta.
Mais recentemente, o próprio Homo sapiens dividiu terreno com os neandertais, que, por algum mistério, desapareceram do planeta há cerca de 30 000 anos. Basicamente, há duas teorias para explicar esse desaparecimento: a primeira é a de que eles foram dizimados após centenas de anos de confronto com a nossa espécie. A segunda é a de que as duas espécies possam ter se reproduzido e, após milhares de anos, os traços do Homo sapiens prevaleceram sobre os do neandertais.
Se o reinado solitário do sapiens teve origem em um encontro de amor ou de guerra, ninguém sabe. Até lá, o hominídeo que tem sido considerado ancestral tanto do Homo sapiens como do neanderthalensis é o Homo heidelbergensis, representado na ilustração ao lado. De acordo com os pesquisadores, a transição dele para a nossa espécie pode ter ocorrido na África entre 300 000 e 200 000 anos atrás. O que aconteceu desde então permanece um mistério. Pelo menos até a descoberta de um novo fóssil.
direitos resarvados do texto da super interessante.i
mistérios ancestrais{http://super.abril.com.br/revista/240a/materia_especial_261576.shtml?pagina=1}
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