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terça-feira, 9 de abril de 2013

BANDIDO DA LUZ VERMELHA. E A CHACINA DE PARELHEIROS

A Chacina de Parelheiros aconteceu na cidade de São Paulo no dia 07 de fevereiro de 1960. Após o assalto na casa do comerciante Miguel Brás do Prado,os meliantes Gabriel do Espírito Santo,Ernesto Seixas e Evaristo Godói, acabaram matando Prado, a mulher Maria Aparecida Eduardo e os quatro filhos do comerciante, todos menores de oito anos, a machadadas, facadas e tiros. Em uma matéria que saiu na época no jornal Correio da Manhã, os nomes das crianças foram citados e a descrição detalhada de como os corpos foram encontrados foi alguns dos aspectos analisados a cerca da forma como a matéria foi escrita.
No dia 13 de fevereiro do mesmo ano, saiu uma matéria no mesmo jornal : Polícia ‘fabrica’ criminoso no caso da chacina de Parelheiros. Nela fica claro que existem dúvidas quanto ao verdadeiro autor do crime, dada a rapidez que a polícia da época conseguiu resolver o crime e pela forma que o criminoso contou sua versão do crime.
Confira um trecho da matéria :
” Tudo  leva a crer que a Polícia paulista ”fabricou” um criminoso (referem-se ao Gabriel do Espírito Santo) para responder pelo massacre  de Parelheiros.  Esta foi a impressão causada á  reportagem policial  de todo os órgãos de imprensa ao ser apresentado nas últimas horas  da tarde de hoje, pelas autoridades, um dos suspeitos que vinha figurando como co-participante do nefando crime.[...]  A esperança de todos  de encontrarem-se diante  daquele que  logo mais  iria responder  pela autoria  de um dos mais tenebrosos crimes ocorridos nos últimos anos, desvaneceu-se  inteiramente , ao ter pela frente  um autêntico papagaio , relatando a maneira como a Polícia acredita ter sido praticada a chacina”.




A última notícia que obtive desse caso é que todos eles foram presos.
O segundo crime aconteceu em 1971, também em São Paulo, cometido por João Acácio Pereira da Costa, mais conhecido como Bandido da Luz Vermelha. Esse apelido foi dado pela própria imprensa da época fazendo referência a um criminoso americano chamado Caryl Chessman. Os dois tinham uma forma peculiar de abordar suas vítimas: usavam um lenço para cobrir o rosto e carregavam uma lanterna vermelha com bocal vermelho.
João Acácio Pereira da Costa
João Acácio Pereira da Costa
João Acácio foi condenado a 352 anos de prisão por quatro assassinatos, sete tentativas de homicídio e 77 assaltos. Cumpriu 30 anos de cárcere, entre agosto de 1967 e agosto de 1997. Menos de seis meses após ser solto, em janeiro de 1998, foi morto após se envolver em uma briga em Joinville (SC).
O caso inspirou a criação de dois filmes: O Bandido da Luz Vermelha  Luz nas Trevas- A volta do Bandido da Luz Vermelha Em dezembro de 2006, o programa Linha Direta retratou a história de João Acácio, mas infelizmente não encontrei o vídeo.
Abaixo, segue o vídeo que encontrei no Youtube do jornal Repórter Record, da década de 90, apresentado por Goulart de Andrade. No vídeo de 8 minutos, é apresentado cenas  dos corpos da Chacina de Parelheiros e entrevistas com profissionais que conheciam bem tanto a Chacina como a história do Bandido da Luz Vermelha.
Observação: o vídeo abaixo contém cenas fortes.
Após analisar as poucas matérias disponíveis nesses dois casos além do vídeo, percebi que a imprensa da época já prezava os detalhes minuciosos do crimes. Não bastava divulgar o nome das crianças que foram vítimas, tinha que divulgar fotos dos corpos em plena televisão aberta ( nesse caso, Rede Record). Vale ressaltar que o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros já estava em vigor quando as reportagens foram veiculadas.

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