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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Partoba apresenta maior planeta do que a terra

ciência e descontração andam juntosYôganidrá é o relaxamento que auxilia o yôgin na assimilação e manifestação dos efeitos produzidos por todos os angas. A eles, soma os próprios efeitos de uma boa descontração muscular e nervosa.
Não confunda yôganidrá com shavásana. Alguns tipos de Yôga não possuem em seu acervo a ciência da descontração denominada yôganidrá, que é de tradição tântrica, e encerram suas práticas com o shavásana. Este, como o próprio nome já diz, é apenas um ásana, uma posição de relaxamento. O yôganidrá aplica não apenas a melhor posição para relaxar, mas também a melhor respiração, a melhor inclinação em relação à gravidade, o melhor tipo de som, de iluminação, de cor, de perfume, de indução verbal, etc.
Antes de prosseguirmos, vamos precaver-nos contra um equívoco claudicante. É considerado gafe muito séria confundir Yôga com relaxamento. Como você já percebeu, até este ponto já consumimos uma quantidade de páginas e ainda não falamos desse assunto, a não ser en passant. Na verdade, só nos últimos tempos é que o Yôga foi associado a conceitos como paz e tranqüilidade. Nas escrituras antigas o Yôga sempre esteve ligado a idéias de força, poder e energia. Jamais a calma ou relaxamento. Isso é coisa da sociedade de consumo. O conceito popular surgiu uma vez que tem muita gente lecionando sem ser formada. E essas pessoas conseguem trabalhar sem qualquer habilitação já que o consumidor não lhes cobra um certificado de formação profissional.
A que se deve essa distorção? Deve-se à desinformatite aguda. A mesma que leva as pessoas a associar Karatê com alguém que dá um grito e quebra uma tábua. Isso é uma caricatura. A imagem que as pessoas têm do Yôga também é uma mera sátira que não faz jus à estatura da nossa filosofia de vida. O Yôga requer muito menos paciência que qualquer esporte ou arte. Por outro lado a relação custo/benefício é excelente, por exemplo, na intensidade, rapidez e segurança com que atua, proporcionando flexibilidade corporal, fortalecimento muscular e vitalização de toda a estrutura biológica.
Se uma pessoa aprende a respirar melhor, administrar o estresse, concentrar-se melhor, trabalhar o corpo, alongando a musculatura, melhorando a postura, beneficiando órgãos internos, recebe um vigoroso incremento de saúde generalizada. Com a aquisição de tanta energia, os efeitos logo extrapolam o plano denso e comcomeçam a atuar no setor mais sutil como o desenvolvimento de chakras (centros energéticos), o despertamento da kundaliní (poder da libido) e suas conseqüentes paranormalidades. Daí à meta, que é o samádhi, é um passo.
A parte mais sutil e interna só é desenvolvida se o praticante desejar. Caso contrário, ele se restringe ao trabalho corporal que é a base de tudo. Como você pode perceber, nesse universo de técnicas e de efeitos, o relaxamento é uma parte insignificante no cômputo geral.
Tipos de Relaxamento
Existem vários tipos de indução para relaxamento. Alguns deles são:

  • o relaxamento das cores;
  • o relaxamento dos sons;
  • o relaxamento da praia;
  • o relaxamento da clareira no bosque;
  • o relaxamento da gota de orvalho caindo na superfície de um lago sereno;
  • o relaxamento da rosa;
  • o relaxamento da cachoeira de luz;
  • etc.
Todos eles utilizam a mesma base inicial que consiste em um comando de descontração do corpo todo, parte por parte. A base inicial pode induzir a descontração localizando a consciência em cada segmento do corpo, um por um, a fim de desligar todos os pontos de tensão. O comando da base inicial é quase sempre semelhante, mas pode seguir ordens distintas, variando a cada dia:

  • descontração dos pés para a cabeça;
  • descontração descendo pela frente, do pescoço até os pés, e subindo por trás, dos pés até à cabeça;
  • descontração do centro para as extremidades, partindo do umbigo, sem retornar ao tronco;
  • descontração em círculo (tronco, braço esquerdo, perna esquerda, perna direita, braço direito, cabeça);
  • descontração em estrela (do tronco para os braços, pernas e cabeça, um por um, retornando ao tronco);
A melhor é dos pés para a cabeça, já que a morte ocorre nesse sentido – morremos primeiramente nos pés e, por último, a vida sai da cabeça (isso não tem nada a ver com morte cerebral ou estado de coma).
Por isso, a posição do relaxamento denomina-se, nada mais nada menos que shavásana, a posição do cadáver, aludindo, entre outras coisas, à ordem de retirada da consciência. Além disso, a cabeça só relaxa no final, para que o praticante permaneça “lúcido e consciente” durante o máximo de tempo e, se possível, pelo exercício inteiro.
Em psicoterapia pode ser feito em ordem inversa, já que o terapeuta precisa assumir o controle do psiquismo do paciente para ajudá-lo. Então, primeiro relaxa o cérebro para suprimir o senso crítico e dominar o enfermo. Acontece que no Yôga antigo e autêntico, não trabalhamos com terapia e queremos que o praticante fique senhor da sua consciência, e cada vez mais lúcido!
Podemos utilizar recursos variados para atingir estados mais profundos e produzir efeitos específicos. Contudo, há duas coisas que devem ser evitadas: técnicas de hipnose e de auto-sugestão. O Yôga não tem nada a ver com essas modalidades. Os comandos do yôganidrá são completamente diferentes e é importante que o praticante não faça confusões. Queremos professar um Yôga legítimo e jamais um híbrido.
Como não queremos que o Yôga seja confundido com a visão popularesca de “um relaxamento”, este será o anga mais curto e menos comentado do livro. Assim, vamos conclui-lo com o texto de um relax profundo, denominado Reprogramação Emocional, pois a leitura dos seus comandos ensinará várias chaves para o aprimoramento físico e mental.
Artigo extraído do livro Tratado de Yôga

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